EFEITOS E REPERCUSSÕES
BIOPSICOSSOCIAIS
ÁLCOOL
Obtido a partir da
cana-de-açúcar, frutas ou cereais, através de um processo de destilação ou
fermentação. O álcool em pequenas doses traz à pessoa desinibição, euforia,
perda parcial da crítica e percepção
.
Já em doses maiores vêm uma
sensação de anestesia e sonolência.
Os sintomas para o dependente de
álcool são bastante desagradáveis: tremores pela manhã, suor abundante,
tonturas, aparecem agressividade, diminuição da capacidade de atenção,
concentração, o que aumentam em muito os riscos de acidentes no trabalho ou fora
dele. Independente das doenças psíquicas ocasionadas pelo álcool,
fisiologicamente vão aparecendo vários problemas de saúde: cirrose hepática,
pancreatite, esofagite, problemas cardíacos, polineurite (dores nos membros
superiores e inferiores), impotência sexual, atrofia cerebral (diminuição do
cérebro), dentre outros danos físicos e mentais.
No trabalho, aparecem os
absenteísmos, atrasos, apresentação constante de atestados médicos, situação
financeira sempre comprometida (por retiradas constantes de “vales”), uso
excessivo do álcool no horário de almoço e nas festas de confraternização
patrocinadas pela empresa.
MACONHA
(TETRAHIDROCANABINOL)
Esta substância é extraída da
planta cannabis sativa, os seus efeitos vão sendo observados por euforia excessiva,
relaxamento, falta de percepção de tempo e espaço, falar ou se justificar em
demasia, fome intensa, taquicardia, palidez, olhos avermelhados (uso contínuo
de colírios), pupilas dilatadas e secura na boca.
No trabalho são comuns os
prejuízos da atenção e da memória para fatos recentes, podendo vir com o uso
contínuo: alucinações visuais e auditivas, e o excesso do uso podem trazer:
ansiedade intensa, estado de pânico, paranoia e, por outro lado, desânimo
generalizado, sendo assim aumenta-se o risco de acidentes de trabalho.
COCAÍNA
Extraída da folha de coca, planta
encontrada na América do Sul, seu uso mais comum é cheirada ou injetada. No início o usuário tem a sensação de poder,
excitação e euforia. Estimula a atividade física e mental, diminui o cansaço e
a fome, o usuário vê o mundo fantasioso, com muita intensidade (ilusória).
Porém, com o consumo, já
dependente, complicações sérias começam a aparecer: taquicardia, dilatações das
pupilas, suor excessivo e pressão arterial alta, seguida de insônia, ansiedade,
paranoia, sensação de medo e pânico, irritabilidade e agressividade. É comum surgirem complicações cardíacas,
circulatórias e cerebrais.
A cocaína causa derrames
microvasculares cerebrais que até podem passar despercebidos ao indivíduo, mas
não se quando coincidentemente atingem uma região nobre do cérebro, e aí pode
haver complicações graves em nível de psicomotricidade (movimento, fala audição
e visão).
No emprego aparece: oscilação do
humor, problemas com outros colegas, produtividade desigual com o passar do
tempo. Além do uso, pode fazer tráfico -como acontece com outras drogas - no
próprio local de trabalho. Furtar o
empregador, absenteísmo e atrasos, assim como saídas rápidas faz parte da
conduta do dependente de cocaína.
CRACK
O crack é praticamente a cocaína,
somente com roupagem diferente, deriva-se da própria pasta básica da cocaína,
transformada em pequenas pedras quando misturada com bicarbonato de sódio. O nome lembra o som das pedras queimando,
numa espécie de cachimbo que o usuário faz para consumi-las (fumando como os
fumantes de cachimbo). Pode-se dizer que os danos causados à saúde dos usuários
pelo crack são triplicados em relação aos danos da cocaína, tornando-os
rapidamente dependentes. Os efeitos
desta droga são os mais devastadores possíveis: emagrecimento muito rápido pela
perda do apetite, comprometimento sexual, personalidade deteriorada, isolamento
social e marginalidade. O usuário do
crack vende tudo o que é seu, dos parentes, e até roubam ou matam se for
preciso na ânsia de conseguir dinheiro para comprar a droga.
É uma droga muito perigosa quando
chega aos locais de trabalho, sendo o problema dificílimo de lidar pelo
empregador.
LSD
(Ácido lisérgico)
Mais comumente vendido em
cápsulas, comprimidos ou em pedaços de papel absorvente. Pode ser usado por via
oral ou injetado na veia.
O Ácido Lisérgico (LSD) é um
potente alucinógeno, não tendo cor nem sabor.
O usuário, na alucinação, acredita que pode voar ou andar sobre as
águas. Os efeitos se iniciam de 30 a 60 minutos após o uso, e atingem o pico em
90 minutos, durando de 6 a 12 horas.
No local de trabalho, apresenta
fraqueza, tontura, uma série de alterações fisiológicas constituídas por
condutas de euforias e alucinações. Como
no crack, é difícil a intervenção de ajuda com estes indivíduos.
ECSTASY
Muito conhecida como a “droga do
amor”, mas que não tem o efeito afrodisíaco que se apregoa. Além de ser estimulante, tem também efeito
alucinógeno, o que é duplamente perigoso.
Com o estômago vazio, os efeitos
aparecem de 20 a 60 minutos após a ingestão dos comprimidos, e podem durar por
6 a 8 horas.
Com o uso, o indivíduo sente
intensa felicidade, sensação de leveza e segurança, e aumento da “sociabilidade
e sensualidade”. Há aumento da
temperatura corporal (até 42 graus), sede intensa (desregula o sistema
diurético), e sensação de eletrificação da pele. A combinação da droga com a música determina
a vontade de tocar as pessoas. A dança
vira um transe semelhante aos experimentos em rituais tribais ou em primitivas
cerimônias religiosas.
Numa festa de confraternização,
da empresa, esta droga pode causar situações desagradáveis para a imagem da
empresa.
ANSIOLÍTICOS OU TRANQUILIZANTES
São substâncias sintéticas,
produzidas em laboratórios em forma de tabletes ou cápsulas, e, indivíduos que
desenvolvem dependência dessas medicações, mesmo sendo lícitas, sofrem muito
pela síndrome de abstinência, quando lhes faltam meios para consegui-las.
Os primeiros sintomas patológicos
são queda de pressão arterial e, se misturados com álcool aumentam os seus
efeitos, podendo levar a estado de coma e morte. Em grávidas podem causar má formação fetal.
Por isso, deve-se retomar que
toda a medicação psicotrópica deve ter acompanhamento médico.
No trabalho aparece: produções
erráticas, indiferenças pelas normas e regulamentos da empresa, faltas,
atrasos. São pessoas queixosas em
excesso e sempre à procura de benefícios médicos, geralmente para conseguirem
receitas para comprar “remédios”. Por isso, a necessidade de um programa de
prevenção, com um médico integrando a equipe, para avaliar, detalhadamente, os
casos de dependência ou não.
NARCÓTICOS
ÓPIO E SEUS DERIVADOS: HEROÍNA,
MORFINA E CODEÍNA.
Também são drogas que diminuem a
atividade mental, extraídas da papoula ou sinteticamente produzida em
laboratórios.
A sua composição entra em vários
medicamentos:
Xaropes para tosse, Tylex, Elixir
Paregórico, Dolantina e muitos outros.
Seus efeitos nocivos ao organismo se assemelham aos ansiolíticos ou
tranquilizantes.
Com grau de dependência aguda,
poderá haver queda de pressão arterial, falência de respiração e dos batimentos
cardíacos, podendo levar à morte.
No trabalho, a pessoa torna-se
incapaz de pensar claramente, perde o interesse pela aparência física, há baixa
motivação pelo que faz faltas, atrasos e pode vender ou traficar estas drogas
na empresa. É bom lembrar, como já foi citado nesta obra, que há uma grande
porcentagem de mulheres dependentes de ansiolíticos ou narcóticos.
POLIDEPENDÊNCIA E MULTIDROGAS
Com uma infinidade de drogas no
mercado, é comum o uso de múltiplas drogas pelo dependente químico. Quem usa cocaína em excesso, em seguida
necessita de outra droga – o álcool, por exemplo - que compense a euforia para
ficar “normal”; o alcoólatra precisa de alguma substância para apoiá-lo em um
dia de trabalho, quando é impossível beber na sua repartição; os que usam
estimulantes dependem de tranquilizantes para poder dormir.
Enfim, no trabalho, seja qual for
à droga que o seu empregado dependa, há outras no mercado, lícitas ou ilícitas,
para complicar a vida do indivíduo, biopsicosocialmente, e trazer problemas
para a empresa.
Daí a importância da prevenção
para um bom desenvolvimento empresarial e social.